Câncer tem relação direta com a obesidade

A obesidade já pode ser considerada uma epidemia em todo o mundo. Para se ter ideia, no Brasil estima-se que quase metade da população está acima do peso. Esse dado é extremamente alarmante, pois além das doenças comumente associadas à condição, de acordo com um estudo realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com colaboração da Universidade de Harvard reduzir essa taxa poderia evitar pelo menos 15 mil novos casos de câncer no Brasil.

Essa mesma pesquisa, que foi publicada recentemente no periódico científico Cancer Epidemmiology, mostrou também que, até 2025, casos da doença ligados à obesidade e ao sobrepeso devem chegar perto do dobro, totalizando 29 mil ocorrências. Os pesquisadores analisaram diversas bases dados de 2002 e, posteriormente, de 2012. Neste período o excesso de peso esteve associado a 15.465 casos de câncer (3,8% do total).

Obesidade x Câncer

As projeções para o futuro não são menos alarmantes. Segundo a mesma pesquisa, estima-se que no Brasil serão registrados 640 mil pacientes com câncer. E os dados mostram que é seguro dizer que a obesidade será um fator de extrema relevância nesse aumento.

Para se ter ideia, ainda de acordo com a mesma investigação, pelo menos 14 tipos de câncer estão diretamente associados a obesidade e ao sobrepeso. Entre eles estão o câncer de mama (pós-menopausa), cólon, reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, mieloma múltiplo, esôfago, ovário, pâncreas, próstata, estômago e tireoide.

O que mais sofre a influência do excesso de peso é o câncer de mama, com 4.777 pacientes registrados em 2012. Em seguida, estão o câncer de colo de útero (1729), o câncer colorretal (681). Depois disso, o de próstata (926) e o de fígado (651). Nas projeções para 2025 os casos de câncer relacionados ao peso podem afetar 15.702 (3,2%) dos homens, já nas mulheres, esse número sobe para 18.837 (6,2%).

Mudanças de hábitos podem fazer toda a diferença

De acordo com o artigo originado pelo estudo, alimentos ultra processados em países latino-americanos aumentou 103% entre 2000 e 2013. Isso contribui para o aumento no IMC dos adultos nesses países. Por isso, os autores sugerem que deveriam existir políticas públicas para reduzir o problema.

Os pesquisadores ainda estão analisando a influência de outros fatores relacionados ao câncer. No entanto, o objetivo do estudo é estimar quantos casos de câncer seriam evitáveis no Brasil. E, nesse sentido, manter uma alimentação saudável e o peso sob controle pode ser fundamental.

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