A doença, que atinge até 10% das mulheres adultas, tem tratamento
É normal sentir cólica menstrual. O que é não é normal é ter dores incapacitantes, daquelas que paralisam e não deixam sair da cama. Muitas das mulheres que se enquadram nesse segundo cenário são portadoras de endometriose.O mal acomete pelo menos 5% a 10% das que estão em idade reprodutiva. Entretanto, no caso das adolescentes com esses sintomas esse número pode atingir entre 40% a 50%.
O que é endometriose?
A endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar durante a menstruação. A endometriose profunda é a forma mais grave da doença.
As causas da endometriose ainda não foram bem estabelecidas. Uma das hipóteses diz, por exemplo que parte do sangue reflui por meio das trompas durante a menstruação e se deposita em outros órgãos. Outra hipótese já diz que a causa é genética e está relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico.
A endometriose pode ser assintomática, mas quando seus sintomas aparecem merecem atenção. São eles:
– Dismenorréia: cólica menstrual que, com a evolução da doença, aumenta de intensidade e pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais;
– Dispareunia: dor durante as relações sexuais;
– Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
– Infertilidade.
Diagnóstico e tratamento
Em suma, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para diagnosticar a endometriose. A doença pode ser confirmada por exames laboratoriais e de imagem. A laparoscopia, ultrassom endovaginal, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, por exemplo, são alguns deles que se altera em casos mais graves da doença. Certamente o diagnóstico depende da realização da biópsia.
Como é uma doença que tem relação direta com a produção dos hormônios femininos, a endometriose regride espontaneamente com a menopausa. No entanto mulheres mais jovens, principalmente aquelas que sofrem com os sintomas, podem tomar medicamentos que suspendem a menstruação. A pílula anticoncepcional tomada sem intervalos e os análogos do GnRH, por exemplo, são alguns. Já as lesões mais graves devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero também pode ser uma alternativa de tratamento. Entretanto é preciso conversar com um especialista para saber o melhor para cada caso.
