O número de infectados no Brasil aumentou, mas o Ministério da Saúde ainda defende uma estabilização da epidemia de Aids
O mês de dezembro é marcado pelo combate ao vírus HIV, pautado principalmente pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids, comemorado no último dia 1º. No Brasil, o número absoluto de novos casos da doença aumentou, contrariando o que se registra na média mundial. Dados divulgados pela UNAids, órgão das Nações Unidas que visa lidar com a epidemia, apontam que o total de novas infecções a cada ano no país aumentou 3% entre 2010 e o ano passado. No mundo, essa taxa sofreu uma queda de 11%.
Análise dos dados
Mesmo sendo considerada uma elevação pequena nos novos casos de Aids, passando de 47 mil casos em 2010 para 48 mil em 2016, o dado preocupa. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, a grande população causa distorções na análise. T
e teria sido melhor usar as taxas de detecção da infecção, obtidas pela divisão do número de casos pelo número de habitantes. Assim, os dados epidemiológicos do Brasil indicariam a estabilização da epidemia, com viés de queda.
Estando o Ministério da Saúde certo ou não, alguns dados sobre a Aids na América Latina são dignos de comemoração. Afinal, as mortes relacionadas à doença diminuíram 12% entre 2000 e 2016, apesar de países como Bolívia, Uruguai e Paraguai ainda apresentarem taxas preocupantes.
Segundo a UNAids, a queda significativa no número de mortes tem uma razão de ser. A quantidade de soropositivos com acesso aos tratamentos antirretrovirais quase dobrou nos últimos seis anos, chegando a 58%. Esse fato coloca a região acima da média mundial, que é de 53%. No entanto, o órgão salienta que alguns países ainda encontram dificuldades em implementar seus programas de medicação.
É bom lembrar que os números da Aids ainda assustam como um todo. O HIV, classificado como ameaça para a saúde pública pela ONU, afeta um total de 36,7 milhões de mulheres e homens em todo o planeta e, desde a sua descoberta, em 1981, provocou 36 milhões de mortes.
Convívio com a doença
Uma vez que pessoas se contaminando pelo vírus da Aids ainda é uma realidade. Aprender a conviver com a doença também é um desafio importante. Com acesso a tratamentos, os pacientes estão vivendo mais e melhor. Em países do leste e do sul da África, por exemplo, a expectativa média de vida cresceu em quase dez anos entre 2006 e 2016.
No entanto, ainda segundo o relatório da UNAids, os bons resultados não são compartilhados por todas as regiões. No Oriente Médio e no Norte da África, e na Europa Oriental e Ásia Central, as mortes relacionadas com a Aids aumentaram 48% e 38% respectivamente. Isso se deve principalmente pela falta de acesso a tratamentos.
Os dados mostram que, apesar de ter resultados positivos, a política global de combate à Aids ainda está muito longe do ideal. Por isso, especialistas vêm comemorando os números alcançados. Mas ainda questionam se os bilhões investidos em estudos do HIV nas últimas duas décadas não deveriam ter gerado avanços ainda maiores.
Prevenção
A principal forma de prevenção do vírus da Aids é o uso do preservativo em todas as relações sexuais. No entanto, uma vez que o HIV pode ser transmitido de outras maneiras, existem outras formas de prevenção, tais como:
- Utilizar seringas e agulhas descartáveis;
- Usar luvas para manipular feridas ou líquidos corporais;
- Seguir o tratamento da Aids durante a gravidez para evitar a contaminação do bebê;
- Não amamentar o bebê em caso de AIDS.
O HIV é transmitido através do sangue. Mas também pode ser por outras secreções do corpo e, é evitando o contato com estas substâncias que se pode evitar a contaminação.