Somente um cardiologista é capaz de determinar quais exames são os mais indicados para cada caso
Existem diversos exames para diagnosticar doenças do coração. Determinar os exames que um paciente deve realizar é um trabalho que cabe ao cardiologista. Ele se baseará no histórico e nos achados de exames clínicos feitos no paciente. A sua decisão vai se basear também nos fatores de risco detectados e na intensidade dos sintomas e sinais encontrados. Pensando nisso, separamos quatro exames importantíssimos no diagnóstico cardiológico.
Ecocardiograma
Talvez um dos mais conhecidos entre as pessoas em geral, o ecocardiograma é um exame de ultrassom que usa ondas sonoras de alta frequência para criar imagens — unidimensionais, bidimensionais e em 3D — que permitem avaliar todas as estruturas do coração e seu funcionamento. Trata-se de um exame simples. Ele é não invasivo e indolor e, em geral, é rápido — dura cerca de 15 minutos — e não necessita de preparo prévio. Pode ser feito por adultos, crianças e mulheres grávidas.
É um dos exames que mais oferece informações para o diagnóstico e acompanhamento das mais diversas doenças que acometem o coração, como insuficiência cardíaca (coração grande e fraco), sopro, sequelas de infarto, anomalias congênitas, para indicar cirurgia cardíaca, assim como acompanhar a evolução do coração no seguimento pós-operatório, por exemplo. Ele costuma ser solicitado, ainda, para avaliar sintomas como falta de ar, palpitações, cansaço, inchaço e aumento da pressão arterial.
Eletrocardiograma
Também bastante conhecido, o eletrocardiograma (ECG) é feito com um aparelhinho ligado a eletrodos que avalia o ritmo dos batimentos cardíacos em repouso. É um exame bem simples, usado rotineiramente tanto na triagem dos prontos-socorros quanto em check-ups preventivos solicitados pelo cardiologista. O objetivo é ver se há alguma falha na condução elétrica pelo coração, ou seja, se existem bloqueios ou arritmias, o que pode sinalizar problemas cardíacos. Mas é um teste inicial. Ou seja, ele aponta possíveis suspeitas, que devem ser confirmadas com outros exames.
Holter
O Holter é um monitor portátil que registra a atividade elétrica do coração e suas variações. Ele é realizado durante as 24 horas do dia. É um exame complementar ao eletrocardiograma. Serve para detectar alterações que em geral não aparecem num exame de tempo mais limitado, de alguns minutos.
É muito utilizado para diagnosticar alterações nos batimentos cardíacos, nas síncopes ou outras alterações paroxísticas, que muitas vezes não ocorrem durante uma consulta médica. Assim, ele está indicado para pacientes com arritmias cardíacas, palpitações ou perda de consciência. Os registros eletrocardiográficos contínuos fornecidos pelo Holter permitem informações sobre acelerações. Mas eles também fornecem eventuais descompassos momentâneos do batimento do coração. São utilizados pelos médicos e técnicos para selecionar as áreas de interesse para análise do traçado eletrocardiográfico.
M.A.P.A.
A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (M.A.P.A.) é um exame útil tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento da hipertensão arterial. É feita com um monitor leve e pequeno colocado na cintura do paciente e conectado por um tubo plástico fino a uma braçadeira semelhante às dos aparelhos tradicionais de medição da pressão arterial, a qual deve ser colocada preferencialmente no braço não dominante. Depois de instalado o equipamento o paciente deve permanecer com ele durante pelo menos 24 horas. Em suma, o aparelho colhe e registra a pressão obtida. Após as 24 horas o monitor é retirado. Em primeiro lugar, os dados obtidos são levados a um computador. Depois disso, um programa especialmente construído para essa finalidade elabora um gráfico das pressões registradas.
A M.A.P.A. deve ser feita quando se deseja estudar com mais profundidade a pressão arterial. Mas ela também pode ser realizada quando, por qualquer motivo, se suspeita que a pressão medida no consultório médico não seja a mesma que ocorre em outros momentos da vida do paciente. Ela também pode ser usada para estabelecer a relação entre os eventos, os sintomas e a pressão arterial e para avaliar a eficácia do tratamento da hipertensão. O exame deve ser feito num dia normal na vida do paciente. Devem ser evitados acontecimentos extraordinários ou esporádicos. Em suma, só é contraindicado para quem apresenta valores muito elevados de pressão máxima, algumas arritmias cardíacas ou parkinsonismo, por exemplo.