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Risco cirúrgico: como é feita a avaliação pré-operatória com os exames?

Risco cirúrgico: como é feita a avaliação pré-operatória com os exames?

O risco cirúrgico é uma forma de avaliação do estado clínico e condições de saúde da pessoa que irá passar por uma cirurgia. Essa avaliação geralmente é feita por um cardiologista. Em suma, ela tem como objetivo identificar riscos de complicações ao longo de todo o período antes, durante e após a cirurgia.

Exame Clínico

Para fazer o risco cirúrgico o cardiologista solicita um exame clínico, que é feito com a coleta de dados da pessoa como medicamentos em uso, sintomas, doenças que possui, além da avaliação física, como ausculta cardíaca e pulmonar. É a partir dessa avaliação que é possível obter a primeira forma de classificação do risco. A medida foi criada pela Sociedade Americana de Anestesiologistas, conhecida como ASA.

  • ASA 1: pessoa saudável, sem doenças sistêmicas, infecções ou febre;
  • ASA 2: pessoa com doença sistêmica branda, como pressão alta controlada, diabetes controlado, obesidade ou idade acima de 80 anos;
  • ASA 3: pessoa com doença sistêmica grave, mas não incapacitante, como insuficiência cardíaca compensada, infarto há mais de seis meses, angina do peito, arritmia, cirrose, diabetes ou hipertensão descompensadas;
  • ASA 4: pessoa com doença sistêmica incapacitante que está ameaçando a vida, como insuficiência cardíaca grave, infarto há menos de seis meses, insuficiência dos pulmões, fígado e rins;
  • ASA 5: pessoa moribunda, sem expectativa de sobreviver por mais de 24 horas;
  • ASA 6: pessoa com morte cerebral detectada, que passará por cirurgia para doação de órgãos.

Como é possível notar, quanto maior o número de classificação ASA, maior o risco de mortalidade e complicações pela cirurgia. Por isso é de fundamental importância avaliar com atenção o tipo de cirurgia a ser realizada. Quanto mais complexa e demorada a cirurgia, maiores os riscos que a pessoa pode sofrer e os cuidados que se deve ter.

Risco Cardíaco

Quando falamos na avaliação do risco cardíaco existem alguns algoritmos que medem de maneira mais prática o risco de complicações e de morte em uma cirurgia não-cardíaca. Para calcular o risco, eles consideram alguns dados da pessoa, como:

  • Idade, que tem maior risco acima dos 70 anos;
  • História de infarto do miocárdio;
  • História de dor no peito ou angina;
  • Presença de arritmia ou estreitamento de vasos;
  • Baixa oxigenação do sangue;
  • Presença de diabetes;
  • Presença de insuficiência do coração;
  • Presença de edema de pulmão;
  • Tipo de cirurgia.

A partir desses dados é possível determinar o risco cirúrgico. Assim, se ele for baixo, é possível liberar a cirurgia. Já se o risco cirúrgico for médio a alto, o médico poderá fazer orientações, adequar o tipo de cirurgia ou solicitar mais exames. O objetivo é sempre ajudar a avaliar melhor a pessoa.

Realização de mais exames

Os exames pré-operatórios são feitos com o objetivo de investigar alguma alteração que não tenha sido previamente detectada. Além disso, que possa levar a algum tipo de complicação cirúrgica. Embora nem todas as pessoas façam os mesmos exames — cada um tem suas necessidades e isso é avaliado pelo médico — existem alguns que, em geral, são sempre recomendados:

  • Hemograma: pessoas que passam por uma cirurgia de risco intermediário ou alto, com história de anemia, com suspeita atual ou com doenças que possam causar alterações nas células sanguíneas;
  • Testes de coagulação: pessoas em uso de anticoagulantes, insuficiência do fígado, história de doenças que causam sangramento, cirurgias de risco intermediário ou alto;
  • Dosagem de creatinina: portadores de doenças renais, diabetes, pressão alta, doenças do fígado, insuficiência do coração;
  • Radiografia de tórax: pessoas com doenças como enfisema, doenças cardíacas, idade maior que 60 anos, pessoas com risco cardíaco elevado, com múltiplas doenças ou que passarão por cirurgia do tórax ou abdômen;
  • Eletrocardiograma: pessoas com suspeita de doenças cardiovasculares, história de dor no peito e diabéticos.

Em geral esses exames têm validade de 12 meses. Outros exames, como teste de esforço, ecocardiograma ou holter, por exemplo, podem ser solicitados para tipos de cirurgia mais complexas. Depois disso, podem ser indicados para pessoas com suspeita de doenças cardíacas.

Em suma, após a realização dos testes e exames o médico poderá agendar a cirurgia. Caso contrário, ele pode recomendar fazer outros exames mais específicos. Posteriormente ele pode ajustar a dose ou introduzir algum medicamento. Além disso, pode avaliar a necessidade de correção da função do coração, através de uma cirurgia cardíaca, por exemplo. Portanto, pode ser orientado alguma atividade física, perda de peso ou parar de fumar, dentre outras.

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