A doença, que muitas vezes não apresenta qualquer sintoma, tem maior incidência em obesos. Leia mais sobre a Hérnia de Hiato.
Existe uma válvula na porção final do esôfago que se abre para permitir a passagem dos alimentos para o estômago. Após o alimento passar para o estômago, a válvula se fecha para impedir que o conteúdo gástrico volte para o esôfago (refluxo). Portanto a separação entre o tórax e o abdome se faz por um músculo chamado diafragma, por onde o esôfago penetra para se unir ao estômago. A Hérnia de Hiato ocorre quando o estômago “sobe” para o tórax acima do diafragma.
De acordo com a Dra. Maria Aparecida Damian Ribeiro, gastroenterologista da Clínica Santa Maria, a Hérnia de Hiato por si só não causa sintomas. “Mas a doença predispõe o refluxo, que é a volta do conteúdo gástrico em sentido retrógrado”, explica ela. A profissional ainda completa: “Esse refluxo pode ser gasoso, causando arrotos frequentes, ou líquido, quando o paciente tem a volta de um líquido que, muitas vezes, queima da região epigástrica até a boca”. Mas a especialista da Clínica Santa Maria explica que o refluxo também pode aparecer com alguns sintomas menos típicos. “Além da azia e do refluxo, o paciente pode apresentar tosse seca persistente, dor torácica de causa não cardíaca, rouquidão, pneumonia de repetição e sensação de ‘bolo’ na garganta”, diz.
A Hérnia de Hiato tem uma prevalência maior em obesos e em situações onde há aumento da pressão ou do volume abdominal. Por exemplo: gravidez e ascite (conhecida popularmente como “barriga d’agua”). “Qualquer fator que aumente a pressão dentro do abdome pode contribuir para o aparecimento da doença”, explica a médica. Mas ela também destaca: “A Hérnia de Hiato não é hereditária ou congênita. Ela surge no decorrer da vida”, diz.
Tratando
Segundo a Dra. Maria Aparecida, o diagnóstico da Hérnia de Hiato é feito preferencialmente por meio de uma endoscopia digestiva. “Mas também é possível visualizá-la em exame radiológico do esôfago ou como um achado em Tomografia Computadorizada realizada por outra causa”, diz. Ainda de acordo com a especialista, a endoscopia permite avaliar a presença da hérnia. Além disso, ela identifica a presença ou não de complicações associadas ao refluxo, o que vai direcionar o tratamento do paciente.
A boa notícia é que há tratamento. No entanto, ele é feito por meio de cirurgia, já que não há qualquer tratamento medicamentoso. “No entanto, a grande maioria dos pacientes não têm indicação cirúrgica. Depende da história, das lesões decorrentes do refluxo e da qualidade de vida do paciente”, diz. Segundo a médica, o melhor tratamento é um só: uma vida mais saudável. “A qualidade de vida, hábitos alimentares saudáveis e a manutenção do peso ideal são fatores a ser observados não só no manejo do paciente que tem Hérnia de Hiato, como também na prevenção da doença”, finaliza.